“Porque é que o Benfica precisa do número de telemóvel dos árbitros?”




05-12-2017

Universo Porto da Bancada revelou mais um conjunto de e-mails dirigidos a responsáveis do clube, com informação privada

A revelação de mais quatro e-mails de Nuno Cabral, ex-delegado da Liga e ex-árbitro com claras ligações ao Benfica, foi o prato forte da emissão desta quinta-feira do Universo Porto da Bancada, no Porto Canal. As mensagens eram dirigidas a Paulo Gonçalves, assessor jurídico do clube lisboeta, e a Pedro Guerra, comentador e ex-diretor de conteúdos da BTV, e três delas continham informação privada de árbitros, incluindo números de telefone. Uma outra, de novembro de 2015, descrevia de forma detalhada uma reunião de delegados da Liga e aspetos privados dos presentes.

“Porque é que o Benfica precisa do número de telemóvel dos árbitros”, perguntou Francisco J. Marques, para logo de seguida tentar uma resposta: “Só posso chegar a uma conclusão, é porque anda a ligar aos árbitros”. Num dos e-mails apresentados é referido o nome de um árbitro da segunda categoria, Hélder Lamas, que Nuno Cabral dizia estar “proibido de subir à categoria C1”. “A APAF que faça a defesa do árbitro, explique porque ele está proibido e quem tem o condão de o proibir. Quais as consequências de se ter este tipo de influência”, indagou mais uma vez o diretor de comunicação e informação do FC Porto.

“Convinha que o Benfica explicasse ao país porque precisa deste tipo de informação”, desafiou o responsável, que exortou ainda “as autoridades do futebol” a pronunciarem-se sobre mais este conjunto de revelações, que “está na polícia”. “Cruzem os braços e mantenham a mentira do futebol português”, concluiu.

O outro tema principal do programa que tem também José Cruz e Pedro Bragança no painel, foi a arbitragem do FC Porto-Benfica de sexta-feira. Três lances (as faltas para penálti de Jardel e Luisão e o golo anulado a Herrera por um fora de jogo inexistente “por 2,6 metros”) foram analisados e a conclusão foi clara. “O que interessa é o resultado e dizer que foi uma péssima arbitragem. Ao FC Porto não cabe julgar a idoneidade e a seriedade do árbitro, videoárbitro e assistentes, as pessoas são todas sérias, pelo menos até prova em contrário. O que interessa é a análise factual de lances cruciais, com clara influência no resultado”, declarou Francisco J. Marques.

Se o primeiro lance ainda pode ser “discutível”, o segundo foi apelidado de “inaceitável” e o terceiro é “de bradar aos céus”. “Tem de ter consequências. Não pode passar como se não tivesse acontecido. Não pode ser um erro de concentração, o Marega está em jogo 2,6 metros. Este género de incompetências tem de ter consequências na avaliação”, resumiu. Em relação à jogada que envolveu Luisão, foi criticado o facto de o jogo ter prosseguido apenas “20 e poucos segundos” depois da mão do defesa brasileiro intercetar a bola, o que não foi suficiente para uma “análise séria por parte do videoárbitro”.

Foi pedido que todos os áudios de comunicações do videoárbitro sejam tornados “públicos”, em nome da transparência, e sublinhado o facto de que o FC Porto deveria ter, neste momento, mais quatro pontos do que o Sporting e oito do que o Benfica, o que daria um conforto muito maior à equipa. “Podíamos ter um dia mau e continuar em primeiro, agora se tivermos um dia mau caímos na classificação. Não é justo”, frisou Francisco J. Marques, que revelou que, quando o grupo de trabalho visionou as imagens do golo anulado, “a revolta era muito grande”.


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