Eduardo Oliveira lidera estudo apresentado em congresso internacional


02-11-2017


Fisiologista comprovou que o exercício neutraliza efeitos secundários dos tratamentos de doentes de cancro avançado

Praticar exercício físico regularmente pode reduzir a fadiga e a dor e melhora a saúde cardiovascular e a qualidade de vida em doentes que fazem tratamento para cancro da mama avançado, de acordo com a pesquisa liderada por Eduardo Oliveira, fisiologista da equipa principal do FC Porto, apresentada esta quinta-feira no 4.º Congresso Internacional sobre o Cancro Avançado, na Fundação Champalimaud, em Lisboa.

O trabalho sugere que as mulheres com cancro da mama avançado podem ter benefícios com um plano de exercício personalizado, que inclua treino de resistência e aeróbico. Eduardo Oliveira, que é também professor de fisiologia do exercício na Universidade do Porto e especialista em exercício nos casos de cancro no Mama Help, centro de apoio português a doentes com cancro da mama, estudou um grupo de 15 mulheres com idades entre os 35 e os 68 anos, que estavam a ser tratadas a cancros da mama com metáteses e que não praticavam exercício.

Todas as mulheres foram testadas no início e no final de 12 semanas de trabalho: as que praticavam exercício reportaram uma redução de dor na média de 21.4 pontos, comparando com a média de 2.6 pontos de redução no grupo que não estava a seguir o programa. A fadiga teve uma redução de 14.4 pontos nas mulheres do programa, comparando com os 2.2 pontos do grupo de controle. Também no bem-estar emocional e na capacidade de as mulheres executarem as suas tarefas normais diárias houve melhorias.

‘’Neste estudo, demonstramos que estas mulheres conseguem fazer parte de um programa bem estruturado de exercício e que têm resultados benéficos tanto para a saúde como para o bem-estar. Este grupo de pacientes é pequeno, mas os resultados sugerem que isto é algo que valeria a pena explorar num grupo muito maior de mulheres”, afirmou Eduardo Oliveira.

A presidente da conferência, Fátima Cardoso, diretora da Unidade de Cancro da Mama na Fundação Champalimaud, deixou palavras elogiosas: ‘’Os efeitos do exercício em casos iniciais de cancro têm sido bem estudados, mas muitos poucos estudos pelo mundo fora se focaram no seu papel em casos de cancro da mama avançado, o que faz do trabalho feito pelo professor Oliveira e pelos seus colegas tão único e importante”.


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