O plano do Benfica para dominar o futebol



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Segundo a acusação do caso e-Toupeira, Paulo Gonçalves terá agido em benefício da Benfica SAD para conhecer o andamento de processos judiciais e obter decisões favoráveis na arbitragem. A SÁBADO revela-lhe toda a acusação do Ministério Público.

O plano é apresentado na acusação do Ministério Público como o "Acordo Conjunto" feito entre o oficial de justiça José Silva, o oficial de justiça e ex-observador de árbitros Júlio Loureiro e o colaborador da administração da Benfica SAD, Paulo Gonçalves para beneficiar o Benfica através do conhecimento antecipado de processos judiciais e também da obtenção de decisões favoráveis. A acusação do e-toupeira indica ainda que a queixa dos emails foi espiada 210 vezes  e que o processo dos vouchers foi visto de forma indevida 186 vezes


De acordo com a acusação do Ministério Público (MP) do caso e-Toupeira a que a SÁBADO teve acesso, "pelo menos desde Março de 2017, Paulo Gonçalves, enquanto colaborador da administração da Benfica SAD e no interesse desta, solicitou aos funcionários de justiça José Silva e Júlio Loureiro que acedessem a processos pendentes e lhe transmitissem informações relativos a esses processos, designadamente inquéritos que corriam no DIAP de Lisboa e Porto, ou outros processos a que conseguissem acesso dispersos por diversos tribunais".
Segundo o despacho deduzido pelo Departamento de Investigação e Acção Penal de Lisboa, "com a promessa de tratamento privilegiado junto do Benfica, designadamente para assistência a jogos em condições favoráveis", José Silva e Júlio Loureiro "aceitaram proceder como solicitado".


"Tais processos incidiam sobre investigações na área do futebol ou a pessoas relacionadas com este desporto (…) em que era visada ou denunciante a Sport Lisboa e Benfica Futebol SAD, ou os seus elementos, e processos relativos a clubes adversários e seus administradores", lê-se no documento de 80 páginas.  

O objectivo de Paulo Gonçalves e da Benfica SAD, sustenta do MP, era "antecipar diligências processuais em que seria visada a Benfica SAD e seus membros ou ainda informações antecipadas de decisões judiciais, tudo em Benefício da SL Benfica Futebol SAD."

Em troca destes acessos, Paulo Gonçalves e a Benfica SAD terão oferecido "pelo menos nas épocas desportivas 2016/2017 e 2017/2018 e até 3 de Março de 2018" convites e produtos de merchandising a Júlio Loureiro, "de forma a criar condições de permeabilidade por parte do observador de arbitragem" para obter "decisões favoráveis, conhecimento privilegiado de informações desportivas e de pessoas e contactos ligados à arbitragem".

Em troca, os funcionários judiciais e o observador de arbitragem receberam da benfica SAD, "através de Paulo Gonçalves ou algum intermediário, convites e bilhetes para assistirem gratuitamente a jogos" no Piso 1, o anel VIP do estádio Estádio da Luz – incluindo acesso a lounge com comida, bebida e parque automóvel. Para além disso receberam ainda merchandising como camisolas e casacos da equipa de futebol e ainda uma promessa de contrato de trabalho no Museu Cosme Damião para um sobrinho de José Silva.

Para esconder os pedidos e recompensas, os contactos de José Silva com Paulo Gonçalves, eram realizados através de Óscar Cruz ou Júlio Loureiro.


 
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