Árbitros queixam-se à Justiça de “teia” nas avaliações


Mais de 30 árbitros, assistentes e observadores, de futebol e futsal subscrevem queixa-crime

Um grupo de cerca de 30 árbitros, ex-árbitros, árbitros assistentes e observadores de arbitragem que, nas últimas épocas, estiveram nas principais provas de futebol e futsal nacionais, apresentaram uma queixa-crime no Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) do Porto denunciando a forma de atuação da secção de classificações do Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol (FPF).

Critérios de avaliação e "obscurantismo" nos procedimentos são postos em causa na queixa-crime
Sabe o JN que neste rol de queixosos estão nomes como os dos árbitros Gonçalo Martins, Tiago Antunes, João Mendes, João Matos, o já jubilado Jorge Ferreira, os árbitros assistentes Rui Fernandes e Jorge Oliveira, o ex-observador Domingos Gomes e ainda um árbitro de futsal, entre outros.

Posta em causa na denúncia está a conduta dos membros da secção de avaliações, que tem como principal função definir quem desce e sobe a cada época, nos vários escalões da arbitragem do futebol nacional, e quem é designado árbitro internacional para as provas da FIFA.

É também esta secção, composta por Lucílio Baptista, vice-presidente do Conselho de Arbitragem, e os vogais Albano Fialho e Pedro Portugal, sob a supervisão de Fontelas Gomes, presidente do Conselho de Arbitragem, quem ordena as classificações dos árbitros assistentes, videoárbitros e observadores .

NOTAS VICIADAS

A queixa relata a alegada viciação das notas atribuídas, apoiada num "obscurantismo" que levou, segundo os denunciantes, a que a Federação Portuguesa de Futebol, através do Conselho de Arbitragem recusasse mostrar os critérios de avaliação e o peso que teriam na nota final.

Na participação é referida a suposta existência de uma "teia" na arbitragem que leva a um atropelo das regras. Um dos muitos casos apontados remonta a julho de 2017. Após uma Ação de Reciclagem e Avaliação (ARA), nas quais são feitos testes físicos e escritos, ao longo do ano, em três momentos, os árbitros foram confrontados com uma adenda ao documento de avaliação que teriam de assinar, aceitando as diretivas de avaliação, mesmo que estas estivessem em dissonância com as normas do Regulamento de Arbitragem. Muitos árbitros que não estiveram nessa ARA só viriam a assinar a adenda quase um ano depois, em abril de 2018, diz a queixa.

A queixa que o DIAP está a analisar, e que deverá vir a ser investigada pela Polícia Judiciária, também refere os processos que árbitros despromovidos interpuseram, e, em alguns casos, ganharam junto do Tribunal Arbitral do Desporto (TAD), visando a declaração de nulidade das classificações dos árbitros e dos assistentes da época 2017/18 e a possível reintegração dos árbitros no nível a que pertenciam. Sobre as várias decisões contrárias ao Conselho de Arbitragem que o TAD já emitiu a FPF interpôs recursos.


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