O aumento de preços da SPORTTV: uma reflexão necessária

Foto de Baluarte Dragão.

O estado da SportTV é um assunto que foi várias vezes abordado na primeira versão da página. Cinco meses depois, é ainda mais atual, até porque o preço dos serviços prestados pelo canal, em 2018/19, sobe brutalmente. Há, por isso, uma pergunta que cada um de nós deve colocar a si próprio: que sentido faz continuar a pagar por este serviço? Avançamos com algumas pistas para uma reflexão conjunta que abrimos a todos os adeptos de futebol.

1. O aumento dos preços
Até ao momento, não há qualquer notícia sobre alterações no preço fixado pela subscrição da SportTV. O pacote mais básico, incluindo os cinco canais, custa 23,99€. Quem optar pela versão HD paga 29,99€. A manutenção destes valores para a próxima temporada quer dizer uma coisa: o serviço é muito mais caro. Esse aumento não decorre de um acréscimo no valor real da subscrição, mas de uma diminuição drástica dos serviços nela incluídos. Em 2018/19, já não há Liga dos Campeões, nem liga espanhola, nem liga francesa, nem liga escocesa, nem liga belga, nem UEFA Youth League na SportTV. E a saída da liga alemã do pacote já é certa a partir do próximo ano. Ou seja, quem paga continua a pagar o mesmo, mas por um serviço muito menor, o que significa que o preço por serviço é muito mais elevado. É muito fácil compreender isto com um exemplo prático da vida quotidiana: um garrafão de 7 litros de água do Luso custa 1,85€; se a partir de certa altura os garrafões de água do Luso continuarem a custar 1,85€, mas já só tiverem 4 litros de capacidade, isso quereria dizer que o preço da água aumentou brutalmente. É o que está a fazer a SportTV.

A constituição de um monopólio em torno dos direito da liga portuguesa (que todos queremos, mais do que qualquer outra, acompanhar) permite à SportTV fazer o que lhe apetece, mesmo que o que lhe apeteça seja impor aos seus clientes este cenário absurdo de redução drástica dos serviços prestado e simultânea manutenção dos preços cobrados. Estamos, por isso, perante um abuso de posição dominante no mercado, que, naturalmente, impõe uma intervenção urgente do Governo e da Autoridade da Concorrência.

2. A qualidade do serviço
O primeiro ponto que gostaríamos de sublinhar sobre a qualidade dos serviços prestados pela SportTV é que nos seus canais há um grupo de excelentes jornalistas e profissionais cujo trabalho não pode ser posto em causa. Contudo, para além da perda de conteúdos assinalada no ponto anterior, há uma série de decisões, provavelmente tomadas por quem tem mais responsabilidades, que não pode deixar de ser motivo de reprovação por qualquer portista. Os exemplos multiplicam-se: a) contratação de comentadores da BTV, como Rui Amaro, para desempenharem o papel de comentadores supostamente isentos; b) organização de painéis em que os adeptos dos três princpais clubes deverão estar equitativamente representados mas em que há dois benfiquistas, um portista e um sportinguista (programa Aposta Tripla, com os benfiquistas Pedro Henriques e Pedro Adão e Silva, o portista Paulo Baldaia e o sportinguista António Macedo); c) transmissão, durante os jogos, de comentários parciais anti-FC Porto, sistematicamente promovidos por comentadores como Pedro Henriques; d) emissão de um programa sobre arbitragem (Juízo Final) em que um único especialista (Pedro Henriques) analisava imagens de que mais ninguém dispunha para impor a versão definitiva (o tal juízo final) sobre determinados lances, e em que a seleção das jogadas analisadas e o conteúdo dos comentários tendia sistematicamente a prejudicar o FC Porto e a beneficiar o Benfica.

3. O que também se paga, quando se paga a SportTV
A SportTV promove perseguições a páginas e perfis de adeptos nas redes sociais, mostrando-se implacável quando estes são do FC Porto e bastante mais tolerante quando em causa está o Benfica. A primeira versão do Baluarte, de resto, foi encerrada por causa disso. A SportTV tem ao seu serviço gente e empresas responsáveis por esse trabalho que só pode ser qualificado com uma palavra: censura. Quem paga a SportTV também está a pagar isso.

É verdade que esta reflexão sobre a SportTV não pode deixar de ter em consideração um aspeto fundamental: se queremos ver todos os jogos do FC Porto e não temos oportunidade de acompanhá-los ao vivo, não temos outro remédio para além de recorrer à SportTV. Pode não ser assim tão fácil, por isso, prescindir do serviço prestado. A ponderação deve ser individual, mas a reflexão sobre potenciais alternativas pode ser coletiva. E coletivas, sobretudo, devem ser duas reivindicações:

1. Face aos serviços que proporciona aos seus subscritores, a SportTV tem a obrigação, até moral, de baixar significativamente os preços das mensalidades. Até porque não é seguramente a transmissão dos jogos da liga chinesa, iniciada nesta temporada, que compensa as perdas da Liga dos Campeões e dos campeonatos espanhol e francês.

2. Um travão no processo de benfiquização em curso na SportTV é, também, um imperativo.

Fonte: Baluarte Dragão

 
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