Romário Baró apresentou-se à "experiência" a Sérgio Conceição e demorou pouco mais de duas semanas até conquistar o treinador.
O médio ganha sei em cada 10 duelos defensivos em que participa. Com ele em campo, o FC Porto só sabe ganhar e sem sofrer golos. Faltam-lhe ações decisivas na frente, mas já ganhou lugar no onze.
Entre outras coisas, foi o elevado conhecimento do jogo que já tem para um miúdo de 19 anos que mais impressionou o líder da equipa técnica. Sérgio tinha dúvidas sobre o posicionamento do jogador, porque o conhecia em vários tipos de registo, mas nenhum com regularidade.
Nos primeiros treinos de pré-época percebeu que Romário estava muito à frente da maioria dos colegas da sua idade na dimensão tática. E era isso que lhe ia permitindo jogar como médio interior, número 10, segundo avançado ou extremo. No PC Porto, para já, tem jogado sobre a direita, mas numa missão que não é exatamente a de um ala convencional, especialmente agora que Corona regressou à defesa.
Romário tem sido desafiado a jogar por fora, a puxar para dentro e a fazer de terceiro médio e isso nas dinâmicas ofensiva e defensiva, o que obriga a grande concentração mas também enorme rigor tático. Aos 19 anos, poucos o conseguem fazer ao nível de Romário. É claro que Conceição olha para ele e pensa que o portista ainda tem muito para crescer, mas a verdade é que já não hesita na hora de o lançar a titular em jogos de responsabilidade elevada.
Foi assim em Krasnodar e, mais recentemente, com o Benfica. Na Luz, aliás, Romário foi muito elogiado por ter sido uma espécie de "força de bloqueio" ao rival. Chegou a esperar-se que pudesse ser Otávio a jogar, pela responsabilidade tática e sentido coletivo que lhe são reconhecidos, mas Conceição acreditou que Romário estava preparado.E o miúdo deu conta do recado com distinção.
Para já, conquistou o lugar e, se nada de anormal acontecer até lá, domingo é novamente titular em Portimão. A certificar o desafio estão os resultados. Esta época, o FC Porto só sofreu golos e não ganhou nos dois jogos em que o internacional jovem português não participou.Foi precisamente, após o desastre em Barcelos e, em casa, com o Krasnodar, que Conceição o devolveu à titularidade.
Apesar de não parecer forte fisicamente. Romário prova com números que se bate com todos: venceu 17 dos 28 duelos defensivos que teve nos Jogos disputados
A transição defensiva é uma das suas especialidades, não porque seja tão rápido como Díaz, por exemplo, mas porque sabe que espaços e linhas de passe deve fechar de forma instantânea. Até aqui funcionou: quatro jogos, quatro vitórias, seis golos marcados e nenhum sofri-do com ele em campo. Hoje, poderemos vê-lo em ação novamente, mas na Bielorrússia pela Seleção de Sub-21 portuguesa.
Será a estreia nesse escalão, porque Rui Jorge também valorizou o trabalho que a promessa portista tem feito no clube.
Será a estreia nesse escalão, porque Rui Jorge também valorizou o trabalho que a promessa portista tem feito no clube.
Um craque tranquilo e muita força nas canetas
Além da bagagem de qualidade que trazia da formação, Romário apresentou-se às ordens da equipa principal com grande vontade de aprender. Saber escutar é outra das virtudes que lhe apontam, ao lado da tranquilidade com que vive o dia a dia. Baró nunca embandeirou em arco com a oportunidade nem com os primeiros jogos (Fulham e Bétis) em que brilhou.
O médio é muito reservado e focado no trabalho. Nos treinos é dos que mais se empenham e isso também agrada a Conceição, que até do ponto de vista físico ficou surpreendido. Romário é magro e pouco largo na comparação com a maioria dos jogadores que se têm evidencia-do no FC Porto do meio campo para a frente, mas é também um dos mais difíceis de bater na dividida. Aliás, ganhou 61% dos duelos defensivos em que participou.
Raro para jogadores de ataque. Díaz, por exemplo, "só" ganhou 47% e, em mais tempo dej ogo, participou em menos duelos. Para que Romário possa explodir de vez, faltam as ações ofensivas decisivas, a que se habitou nos últimos anos. Em 2018/19, entre equipa B e Sub-19, marcou 11 golos. No FC Porto, nunca baixou dos sete e mais umas quantas assistências. No modelo da atual equipa, falta-lhe ousadia.
Para já conquistou Sérgio pela cabeça. A moral pode agora devolver-lhe o atrevimento.
O médio é muito reservado e focado no trabalho. Nos treinos é dos que mais se empenham e isso também agrada a Conceição, que até do ponto de vista físico ficou surpreendido. Romário é magro e pouco largo na comparação com a maioria dos jogadores que se têm evidencia-do no FC Porto do meio campo para a frente, mas é também um dos mais difíceis de bater na dividida. Aliás, ganhou 61% dos duelos defensivos em que participou.
Raro para jogadores de ataque. Díaz, por exemplo, "só" ganhou 47% e, em mais tempo dej ogo, participou em menos duelos. Para que Romário possa explodir de vez, faltam as ações ofensivas decisivas, a que se habitou nos últimos anos. Em 2018/19, entre equipa B e Sub-19, marcou 11 golos. No FC Porto, nunca baixou dos sete e mais umas quantas assistências. No modelo da atual equipa, falta-lhe ousadia.
Para já conquistou Sérgio pela cabeça. A moral pode agora devolver-lhe o atrevimento.
Destaque em Espanha e... Zidane
A ascensão de Romário foi ontem destaque no jornal Marca. Os espanhóis falam de uma "arma secreta de Conceição" no duelo em casa do Benfica, que ajudou a travar as subidas de Grimaldo na esquerda. A Marca recorda os números do jovem portista e não poupa nos adjetivos:
"É ideal para transições rápidas, tem dinamismo puro e não pára de correr. A sua entrega e sacrifício não têm fim", rematam os espanhóis, que recordam uma entrevista de Baró a O JOGO, em maio de 2019, a propósito de ser fã de Zidane, treinador do Real Madrid.
FcPorto e Os Amigos
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