“Há poucos como Marchesín“

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Jorge Campos, o mítico ex-guarda-redes mexicano viu dezenas de jogos no América e explica o que torna o portista diferente da maioria

No Argentina-México, marcado para a madrugada de terça para quarta-feira, Marche deve ser suplente. Ainda assim, o portista já assumiu a emoção de defrontar antigos colegas no América

Jorge Campos "Para o FC Porto ou para outro bom clube da Europa, Marchesín teria de ir. É um guarda-redes diferente, eficiente e de grande valor" "Foi o melhor guarda-redes do campeonato mexicano na última época" "Lida muito bem com a pressão, até pela sua personalidade e nacionalidade" "Impressiona-me como consegue liderar sem se distrair das duas funções principais, que são defender a baliza" "Uma virtude? A liderança!"

A transferência para a Europa era inevitável na opinião de Campos, que na madrugada de terça para quarta pode ter a oportunidade de rever "um dos melhores que passou pelo México"

Lembram-se de Jorge Campos, o lendário guarda redes mexicano? O JOGO esteve com ele há pouco mais de dois anos, na Cidade do México, por altura da visita do FC Porto e de Iker Casillas, uma das referências de Campos, que como futebolista ficou tão conhecido pelas defesas que fez como pelos golos que marcou e até pelas camisolas coloridas que vestiu.

Agora, usa camisas e é comentador de televisão em Los Angeles, onde mora. Uma vez por semana, vai ao México para falar sobre o América ou o Cruz Azul. E quando a seleção mexicana sobe aos Estados Unidos, lá está ele para rever os compatriotas e analisar o desempenho de cada um.

Dá-se a coincidência de o jogo da madrugada de terça para quarta ser precisamente entre o México e a Argentina, de Marchesín. "Um dos melhores de sempre que vi no México", analisa, contactado pelo nosso jornal. São mais de 30 anos a observar jogos daquele campeonato.

Nos últimos anos, especialmente do América, o que lhe dá ainda mais autoridade para falar. "Foi o melhor guarda-redes da campeonato mexicano na última época, no América, mas já tinha estado muito bem no Santos Laguna. Na prática, é um dos melhores que já passaram por este campeonato e a mudança para o FC Porto não me surpreendeu nada", continua, a propósito. "Para o FC Porto ou para outro bom clube da Europa teria de ir. É um guarda-redes diferente, eficiente e de grande valor. Merecia-o. Há poucos como ele", insiste Jorge Campos.

O antigo internacional tricolor (esteve nos Mundiais EUA'94 e França'98) natural das praias de Acapulco e agora com 52 anos, fartou-se de ver jogos de Marche no América. Num dos últimos, o portista defendeu o que podia e levou a equipa ao desempate por penáltis. Nessa fase defendeu e marcou o decisivo.

"Não é fácil que o pressionem ou intimidem. Não deixa. Não terá problemas num ambiente pesado. Lida muito bem com a pressão, até pela sua personalidade e nacionalidade argentina. Os sul-americanos estão habituados à pressão, ao público, lidam bem com isso.

Ele resolve as coisas de forma muito tranquila", explica. Em Portugal, só o Benfica-FC Porto foi um jogo de ambiente realmente complicado. E o guarda-redes nem teve de se aplicar a fundo. "Mas para ele é igual ser uma equipa pequena ou uma grande, um jogo num ambiente normal ou pesado", atalha o nosso entrevistado.

O mexicano é fã do argentino por vários motivos. Pedimos-lhe que destacasse um em particular. "A liderança", sublinhou, sem dúvidas, ainda que depois tenha acrescentado outras virtudes. "Tem a ver com a personalidade. Quando falo de liderança, tem a ver com a forma como consegue liderar sem se distrair das duas funções principais, que são defender a baliza. Impressiona-me que faça as duas coisas tão bem", justificou.

Para os portistas, Marchesín também já caiu no goto. E os elogios de Campos vêm mesmo a propósito para um dos que mais o merece. O guarda redes já não sofre golos há três jogos consecutivos e não se pense que teve tarefa fácil.

Curiosamente, só o Benfica não ameaçou muito. V. Setúbal e V. Guimarães apareceram em excelentes condições de marcar num bom par de ocasiões, mas "Marche" salvou. "É um guarda-redes diferente porque não há assim tantos com este estilo. Não é um guarda-redes típico. Há poucos líderes assim. Sabe como liderar a defesa, falar

com os companheiros, orientar, controlar a área. Depois tem outras qualidades diferentes da maioria. O jogo de pés é uma delas. Não se atrapalha com a bola e bate-a muito bem", enumera, a propósito de algo que os portistas, na realidade, já sabem.

Jorge Campos desligou o telefone logo de seguida por ter "várias chamadas em espera". Na madrugada de amanhã para quarta terá oportunidade de rever o argentino, agora com o estatuto de guarda-redes de liga europeia. O México que se cuide.
 
FcPorto e Os Amigos
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