Desafiado a reinventar-se

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Luis Días foi aconselhado pelo antigo treinador na Colômbia a evitar repetições e tem procurado novas técnicas para superar os adversários

Julio Comesaña explicou-lhe que só inovando poderá manter a imprevisibilidade e "obrigou-o" a trabalhar a eficácia com os dois pés. No entanto, acredita que o extremo ainda tem margem para cresce.

É assente no desafio diário de reinventar o seu futebol que Luis Díaz vai construindo uma carreira que, no espaço de quatro anos, o fez saltar das divisões secundárias da Colômbia para o FC Porto.

O que os adeptos viram nos primeiros jogos da nova época foi apenas uma parte do vasto catálogo do extremo, que ao longo do tempo lhe foi acrescentando novas técnicas para escapara os adversários por ter a perfeita noção que, para manter a imprevisibilidade que o caracteriza, terá de ser criativo.

É uma espécie de filosofia pela qual "Lucho" se rege desde os tempos do Júnior Barranquilla, onde Julio Comesaña lhe transmitiu uma boa parte dos ensinamentos que o fizeram galgar vários patamares em tão curto espaço de tempo.

"Sempre lhe disse que o que lhe serve hoje, amanhã não o servirá tanto, porque os adversários vão ganhando informação à medida que o vão vendo jogar. O tipo de marcadores que enfrentará também será diferente. Por ter uma grande capacidade técnica, incentivava-o a não repetir as coisas que o tinham levado ao êxito", conta a O JOGO o treinador que o lançou na primeira equipa do campeão colombiano.

Velocidade e habilidade foram virtudes que nasceram com Díaz, mas faltava-lhe uma características que define muitos artistas: aproximar a eficácia das ações com o pé direito e com o esquerdo. "O Luís é agora capaz de cruzar ou rematar com os dois pés, porque lhe disse que teria ser capaz de ir à linha de fundo e cruzar com o esquerdo, assim como fazer uma diagonal para dentro e rematar com o direito ao segundo poste para fazer golo", explica Comesaña.

O último dos movimentos descritos pelo treinador do Júnior, de resto, já resultou em dois golos do FC Porto esta época: o primeiro da autoria do próprio internacional colombiano, aos russos do Krasnodar (Liga dos Campeões), e o segundo apontado por Marcano, ao V. Guimarães, na sequência de uma defesa incompleta de Miguel Silva após disparo de "Lucho" (como também é conhecido Díaz).

Crescimento sem um teto definido

Quiçá por ter nascido no seio de uma família humilde e com raízes indígenas, Luis Díaz "é um rapaz de poucas palavras". "Ele é uma pessoa que prefere ouvir e tentar aprender", descreve ao nosso jornal Julio Comesaña, que ficava contagiado com a capacidade de trabalho do jovem natural de Barrancas (província de Guajira).

"A sua forma de treinar entusiasma e cria expectativas antes dos jogos", garante o treinador de 71 anos. "Ele não é uma pessoa de altos e baixos em termos anímicos ou de acusar a pressão. Não se diminui perante os desafios, por maiores que sejam; pelo contrário, enfrenta-os olhos nos olhos", acrescenta.

O desempenho no clássico com o Benfica, que lhe mereceram elogios da generalidade da crítica e até do selecionador colombiano, Carlos Queiroz, só sustenta a opinião do ex-treinador. "Connosco também entrou numa situação difícil, porque estávamos a disputar as provas internacionais, e jogou no Paraguai, contra o Cerro Porteño, com 40 mil pessoas nas bancadas. Parecia que já estava na equipa há imenso tempo", recorda.

A mudança para o FC Porto, que venceu a corrida ao Zenit de São Petersburgo quando os russos tinham tudo praticamente fechado, é descrita por Comesaña como uma consequência natural para quem tem "um talento enorme". Aliás, o treinador está plenamente convencido que a chegada ao futebol europeu até será útil ao extremo.

"Estar em Portugal e na seleção da Colômbia vai permitir-lhe subir patamares, porque ainda tem muito espaço para o fazer", perspetiva o septuagenário, esperançado que Sérgio Conceição o possa auxiliar a tornar-se num jogador do nível de outros colombianos que deixaram saudades no Dragão, como Falcao ao James, com quem, de resto, "Lucho" se aconselhou antes de aceitar o convite dos azuis e brancos.

"O facto de estar a viver fora do país dar-lhe-á outra experiência, vai ajudá-lo a amadurecer e isso também contribui para o crescimento do Luís. Não se pode dizer que tenha um teto fixo. Se chegou até aqui, pode continuar a crescer. O mais importante é que nunca deixe de acreditar no sonho dele", pede Júlio Comesaña.


 
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