O filho procura imitar o mestre

13-06-2015

​André André será reforço a partir de Julho, regressando à casa de sempre do pai, que já tinha representado nos Sub-19

O nome dos progenitores pode ser um peso, especialmente no caso de terem um passado bem-sucedido. E poucos futebolistas portugueses tiveram mais sucesso do que António André, campeão europeu em 1987 e depois vencedor da Taça Intercontinental e Supertaça Europeia, para além de ter sido sete vezes campeão nacional. André Filipe Brás André, que foi esta sexta-feira anunciado por Pinto da Costa como reforço do FC Porto para 2015/16, carrega o nome do pai em dobro, mas tem respondido ao desafio com uma evolução que tem várias semelhanças com o percurso do Mestre André.

Era assim que António André era conhecido, não só pela raça e capacidade de liderança a meio-campo, mas também pela forma como tratava bem a bola, que hoje em dia é pouco recordada. André André é também um médio todo-o-terreno, capaz de ocupar quase todos os lugares do meio-campo, e tão técnico a atacar como dedicado a defender. O ex-Vitória de Guimarães chega ao Dragão com 25 anos, apenas menos um ano do que a idade com que o pai entrou no clube, em 1984, proveniente do Varzim. Teve tempo para completar 11 temporadas nas Antas.

Foi também o Varzim que André André representou em quase toda o percurso nas camadas jovens, até que em 2007/08 foi emprestado por um ano aos juniores do FC Porto. Os Dragões não foram esse ano campeões nacionais, mas o ano foi proveitoso e o médio participou na vitória dos azuis e brancos na entretanto extinta Liga Intercalar. No final desse ano regressou ao Varzim para representar a equipa sénior e reconheceu ter progredido muito no FC Porto. Em Março de 2009 recebeu o prémio Juventude, atribuído pelo Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol ao melhor atleta da Segunda Liga até aos 23 anos, e deixou palavras premonitórias: “Se for para o FC Porto é por mérito meu, não por o meu pai estar lá”.

António André era então treinador-adjunto do FC Porto e, na conferência de imprensa em que recebeu esse prémio, o reforço azul e branco admitiu que o pai é mesmo o seu maior ídolo. Para além disso, deixou outra declaração curiosa: admitiu semelhanças “no correr e na maneira de estar”, mas não na garra que aplica em campo. “O que o meu pai tinha a mais, eu tenho a menos”, brincou. A verdade é que, a partir daí, a evolução de André André foi muito grande. Após uma passagem frustrada pelo Deportivo da Corunha B, em 2011/12 já era capitão do Varzim, na Segunda Divisão, numa época em que os poveiros apenas não subiram à Segunda Liga por problemas financeiros.

Seguiu-se o Vitória de Guimarães e, apesar do salto ter sido grande, o médio continuou a crescer, sendo sempre muito utilizado (31 jogos logo no primeiro ano). Em Maio de 2013, foi titular na final da Taça de Portugal conquistada pelo Vitória ao Benfica (2-1). Estabeleceu-se como capitão dos vimaranenses, titular indiscutível e chegou à selecção A, revelando ainda uma inesperada faceta goleadora: 11 golos na Liga NOS, oito deles da marca de penálti, em dez tentativas, tendo as sete primeiras sido todas certeiras. De resto, também o pai era um bom marcador de penáltis e André André parece-se cada vez mais com ele: na entrega, exigência consigo próprio e na intensidade e paixão que põe no jogo. O Dragão espera por ele.
FcPorto e Os Amigos

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