Uma história de lobos e Dragões

16-10-2015

O vai-e-vem entre FC Porto e Varzim tem décadas e envolve vários jogadores que vestiram as duas camisolas​​​​​

A estreia do FC Porto na edição 2015/16 da Taça de Portugal (sábado, 20h15) assinala o regresso à Póvoa, à casa da sua filial número um, o Varzim, quase 13 anos depois. São 34 quilómetros que separam as duas cidades e são vários os jogadores que ao longo da história envergaram a camisola dos dois clubes. O último “lobo do mar”​ a vestir a pele de Dragão foi André André, nado e criado em Vila do Conde, mas formado na cidade vizinha, tal como André, o pai.

Recuamos até à década de 70, mais precisamente até 1977 para ver Fonseca e Lima Pereira serem recrutados pelos azuis e brancos aos poveiros. O primeiro, guarda-redes, defendeu a baliza portista durante seis épocas e sagrou-se bicampeão logo nas duas primeiras. O segundo, defesa central, jogou de azul e branco durante 11 temporadas, tendo integrado o plantel que conquistou a Taça dos Clubes Campeões Europeus, a Taça Intercontinental e a Supertaça Europeia.

Nessa equipa da tripla conquista internacional jogou André, que fazia a viagem entre a Póvoa e o Porto três anos antes ao lado de Vitoriano Ramos. O defesa esteve nas Antas apenas duas épocas, mas teve tempo de ser campeão. O Mestre André, como era conhecido, não voltou a representar nenhum outro clube numa carreira que se encheu de títulos: 11 temporadas, três títulos internacionais, sete campeonatos, três Taças de Portugal e seis Supertaças. Quase 30 anos depois, Vitoriano e André viram os seus filhos seguir-lhes os passos: André André reforçou este ano equipa principal e Francisco Ramos, do FC Porto B, fez a formação nos dois clubes.

No final da década de 80, após duas épocas no Varzim, rumava ao Porto Rui Barros para também escrever outra página de história: levantou uma Taça Intercontinental, uma Supertaça Europeia, sagrou-se seis vezes campeão e juntou-lhes ainda três Taças de Portugal e cinco Supertaças. A Formiga Atómica, como ficou conhecido na sua passagem pela Juventus, tornou-se uma das figuras mais carismáticas do clube, onde hoje permanece integrando a equipa técnica de Julen Lopetegui, sendo dos poucos treinadores no mundo que preciou de apenas um jogo para conquistar um título: a Supertaça, em 2008/09.

Avançamos até ao final dos anos 90 para dar as boas-vindas ao jovem poveiro Bruno Alves que em 2005/06 foi lançado à equipa principal da qual chegou a ser capitão. Deixou o Dragão com quatro campeonatos, três Taças de Portugal e duas Supertaças no currículo.

Houve ainda quem tivesse feito o percurso inverso: foram os casos do goleador Noé, que foi campeão em 1958/59, do defesa Manuel Guedes, na década de 70, ou, uns anos mais tarde, do guarda-redes Tibi e do médio Bandeirinha (também ele campeão europeu e vencedor da Supertaça Europeia), que estiveram emprestados aos poveiros durante uma época. Mais recentemente, Daniel Candeias, que foi formado no FC Porto, também passou pelo clube da Póvoa, a que está actualmente emprestado o guardião Kadú, num plantel com outros dois ex-portistas: o avançado Bruno Moraes e o médio Sérgio Organista.
FcPorto e Os Amigos

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