Um Príncipe que já venceu tudo o que há para ganhar

12-07-2015

​Casillas tem 22 títulos conquistados ao longo da carreira e é o primeiro ex-campeão do Mundo a jogar nos Dragões

Foi a 12 de Setembro de 1999, no mítico San Mamés, casa do Athletic Bilbau, que Iker Casillas se estreou com a camisola da equipa principal do Real Madrid. Tornou-se então o mais jovem guarda-redes de sempre a alinhar pelo clube, com 18 anos e 115 dias, iniciando um extraordinário percurso de 725 jogos. O agora reforço do FC Porto representou os merengues durante 25 anos, entre 1990 e 2015, conquistando não só a admiração dos adeptos do Real mas também de todos os apreciadores do desporto e do fair-play. Não é por acaso que recebeu, em 2012, o Prémio Príncipe das Astúrias para o Desporto, considerada a maior distinção desportiva espanhola.

Iker é um nome tipicamente basco, que tem uma razão de ser, apesar de Casillas ter nascido em Madrid e crescido nos seus arredores, nomeadamente em Móstoles. Os pais do guarda-redes viveram em Bilbau antes do seu nascimento, pelo que a escolha foi uma espécie de homenagem a uma cidade que também se tornou emblemática no seu percurso profissional. Navalacruz, um pequeno município na comunidade autónoma de Castela e Leão, de onde os pais são naturais, é outro local determinante na infância do guardião, que foi eleito o melhor do mundo no seu posto específico por cinco vezes e já venceu os trofeus individuais Zamora e Bravo.

Aos nove anos deu-se a chegada ao Real Madrid e o percurso até à baliza do Santiago Bernabéu foi feito a pulso. Vencedor do Campeonato da Europa de Sub-16, em 1997, e do Mundial Sub-20, em 1999 (em ambos os casos com defesas suas no desempate por penáltis), Casillas foi convocado para um jogo da Liga dos Campeões, frente ao Rosenborg, em 1997. Teve de esperar dois anos até à estreia oficial, mas a partir daí agarrou a titularidade na baliza madridista. Os títulos conquistados desde então poderiam justificar só por si um parágrafo: três Ligas dos Campeões, um Mundial de Clubes, duas Taças Intercontinentais, duas Supertaças Europeias, cinco Ligas espanholas, duas Taças do Rei e quatro Supertaças espanholas.

O percurso na selecção espanhola, ao serviço da qual venceu o Mundial de 2010 (sendo considerado o melhor guarda-redes) e dois Campeonatos da Europa, sempre como capitão, merece também um capítulo especial. Aliás, foi a partir das suas defesas milagrosas no Mundial 2002 que passou a ser conhecido em Espanha pelo apelido de “O santo”. Com 162 jogos pela selecção A, Casillas é o mais internacional de sempre no seu país e é o terceiro capitão da história do futebol, depois de Franz Beckenbauer e Didier Deschamps, a erguer os troféus de campeão da Europa e do Mundo de selecções e o da Liga dos Campeões da UEFA. Muito poucos futebolistas têm um palmarés comparável, sendo o de Vítor Baía, outro ex-guarda-redes dos Dragões, um desses casos. Com 35 títulos, o português é o jogador mais titulado de sempre a pisar relvados lusos.

Casillas passa porém a ser o jogador da Liga portuguesa em actividade com o mais rico palmarés e é o primeiro ex-campeão do Mundo de selecções a representar os Dragões. Porém, tão ou mais importante do que todos esses feitos é o seu desportivismo e vontade de ajudar os mais desprotegidos. O fair-play de Iker é reconhecido e não é por acaso que lhe foi concedido o Prémio Príncipe das Astúrias ao lado de Xavi, que tem um percurso similar no rival FC Barcelona. O júri considerou que ambos simbolizam os valores da amizade, companheirismo e respeito pelo adversário. Na vertente solidária, o espanhol criou a sua própria fundação, que se foca no bem-estar das crianças, em 2011; no mesmo ano, em Janeiro, foi nomeado Embaixador de Boa Vontade das Nações Unidas.
FcPorto e Os Amigos

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