Uma casa para três secções

27-11-2015

Complexo da Piscina de Campanhã vai dotar natação, boxe e desporto adaptado de condições para conquistar mais títulos

A Piscina de Campanhã é a única piscina olímpica (50 metros) do Porto e uma das poucas cobertas do país. Mas o equipamento inaugurado esta sexta-feira, que é cedido pela Câmara Municipal do Porto ao FC Porto por um período de 25 anos, não serve apenas a natação do clube, mas também as secções de boxe e desporto adaptado. A opinião entre os atletas e treinadores das respectivas modalidades é unânime: a infraestrutura vai permitir melhores resultados desportivos e atrair mais jovens para a prática do desporto. No novo complexo, há espaço para vários balneários, salas de musculação e enfermagem, gabinetes e equipamento de ponta.

Comecemos pelo boxe, que terá como principal local de trabalho o Espaço Reinaldo Teles, assim designado em homenagem ao actual administrador da SAD e vice-presidente do FC Porto, que foi atleta da modalidade e que representava o clube quando o presidente Jorge Nuno Pinto da Costa era responsável pela secção. Diana Martins, por duas vezes campeã regional e nacional, admitiu estar “ansiosa” por treinar em Campanhã, depois de vários anos em instalações precárias na Junta de Freguesia da Sé. “Vai dar mais ânimo aos atletas para treinar, até porque os horários vão ser alargados, já que até agora tínhamos apenas três dias por semana disponíveis. Vai ser uma mais-valia para os nossos atletas serem campeões”.

O coração da infraestrutura é, claro está, a sua piscina, que se mantêm da anterior configuração do espaço, mas que tem agora uma envolvente completamente diferente. Em torno da piscina, há pendões que assinalam grandes momentos e figuras da modalidade no FC Porto e uma das atletas evocadas é Sara Oliveira, que foi cicerone de boa parte do percurso de Pinto da Costa e Rui Moreira pelo espaço. A nadadora, de 29 anos, representa os Dragões desde os seis e recorda que aprendeu a nadar na Piscina das Antas. “Desde que nos despedimos das Antas que havia esta falha. Fomos tentando colmatar e encontrando outras piscinas, mas o que se perdeu foi a escola de natação, que me permitiu tornar atleta de alta competição a ver os mais velhos ser campeões nacionais e chegar aos Jogos Olímpicos. Prevemos que isso volte a acontecer”, afirmou ao www.fcporto.pt.

Sara Oliveira, que irá participar nos próximos Campeonatos Nacionais de Clubes, a 21 e 22 em Dezembro, em representação do seu clube de sempre, reconhece que trabalhar nestas condições “dá vontade de treinar e querer mais”. “Os blocos são dos melhores do mundo, a temperatura da piscina e ambiente é ideal. Não há nada que nos condicione”, refere, numa análise que é corroborada pelo treinador José Alexandre Silva. “Ter estas condições para trabalhar dá outra motivação a treinadores, dirigentes e atletas, mas também nos traz a responsabilidade de ter nadadores melhores do que ate à data. É um desafio grande, mas que vamos abraçar com todas as forças que tivermos”, garantiu.

A remodelação esteve a cargo do FC Porto e teve a comparticipação de fundos comunitários, devido à qualidade do projecto apresentado, que abarca ainda o desporto adaptado. Helena Bastos, coordenadora da secção, lembra que, “em termos internacionais”, não é habitual que “clubes vocacionados para o desporto dito normal abram desta forma as suas instalações”. É aliás comum que lhe perguntem, em provas internacionais, se o FC Porto que os atletas com deficiência representam é “aquele clube do futebol”. “Imagino a alegria com que os treinadores, atletas e pais vão ver estas instalações. É uma mentalidade completamente diferente do FC Porto, que sempre esteve com o desporto adaptado e que agora está de maneira ainda mais convicta, colocando-os em pé igualdade com todos os outros atletas. Será um exemplo para todo o país”, sublinhou.
FcPorto e Os Amigos

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